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17/11/2014 - Jundiaí - SP

Caminhada da Ponte Torta mostra futuro “mirantinho”




da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Um futuro belvedere, nome técnico de um pequeno mirante turístico, foi apresentado na sexta-feira (14) aos 50 participantes de uma nova etapa da série de oficinas que formam o projeto Ações de Conservação e Zeladoria da Ponte Torta. O trabalho foi implementado pela Prefeitura de Jundiaí e pelos especialistas do Estúdio Sarasá – empresa contratada para a restauração da ponte.

O mirante ficará no início da Esplanada do Monte Castelo e terá um painel para permitir a visão transparente do atual monumento da Ponte Torta, encaixada entre duas imagens antigas que remetem à sua função original da década de 1880.

O esboço, mostrado em meio a um forte vento de fim de tarde foi o ponto culminante de uma caminhada iniciada no Solar do Barão (sede do Museu Histórico e Cultural) depois de uma palestra do arquiteto Michel Gorski.

Na fala, o especialista envolveu o conceito de “arquiteturismo” para defender o valor do patrimônio coletivo e de novas gravações de depoimentos que contaram com a ritmista Maria Ignez, a Inesinha do Pandeiro (atual rainha do Bloco da Ponte Torta), e a artesã de réplicas do monumento, Odila Grella de Oliveira (integrante do programa Jundiaí Feito à Mão).

“Estamos avançando com o projeto, uma das prioridades do prefeito Pedro Bigardi. Tão importante como a intervenção física na Ponte Torta é esse trabalho com a comunidade, porque estamos resgatando a história urbana da cidade e ao mesmo tempo a história da relação afetiva das pessoas com esse monumento”, comenta a secretária Daniela da Camara Sutti, do Planejamento e Meio Ambiente.

A próxima semana do projeto vai tornar visível aos jundiaienses o início dos trabalhos físicos no local, que vai receber ações de higienização e de conservação. Além disso, a tarde da sexta-feira (21) vai contar das 14h às 17h com a presença de uma carreta personalizada durante a tarde ao lado da própria Ponte Torta.

Nela, os interessados poderão conhecer técnicas como a prensagem de tijolos, material escolhido como logotipo principal do projeto. A mesma carreta também estará dia 28 de novembro (sexta-feira), na esquina das avenidas Nove de Julho e Prefeito Luiz Latorre.

Redescobrindo a cidade
A Ponte Torta é conhecida também como Ponte dos Bondes, pela origem conhecida no final do século 19 na passagem de bondes a cavalo para ligar os passageiros da estação ferroviária ao centro histórico.

Mas os estudos, por um lado, e os depoimentos, por outro, já mostram que também marcou a história com cargas de produtos cerâmicos, têxteis ou industriais e como passagem das famílias para o trabalho ou lazer ao longo do século 20.

Sua ligação com a chamada rua Torta (depois Paula Penteado) e Adolfo Gordo (depois Zacarias de Goes) para chegar ao Largo da Matriz sem subidas íngremes para os cavalos é algo que valeria nos dias atuais para os ciclistas no planejamento não-motorizado usado em sua época.

“Não podemos entender essa ponte sem o rio (Guapeva) e a cidade (Jundiaí) e pretendemos buscar esses novos olhares. Em muitas cidades do mundo as pontes históricas são valorizadas e até mesmo usadas criativamente, embora com todo o cuidado. É preciso descobrir e depois também abrir”, comentou o palestrante Michel, com um exemplo da intervenção do artista búlgaro Christo que praticamente embrulhou a Ponte Naif, de Paris, chamando atenção mundial para o lugar.

A noção de arquiteturismo ou de como ser turista em sua própria cidade são desenvolvidas por ele na seção que edita no portal Vitruvius e coincidem com propostas surgidas em Jundiaí em iniciativas como o Cidadonos ou em ações como os “rallys fotográficos” estimulados pelo Museu Histórico.

Depois da oficina de palestras e caminhada com técnicos municipal, estudantes da Universidade Paulista (Unip) e Faculdade de Tecnologia (Fatec) e moradores, foi a vez dos especilialistas da equipe do Estúdio Sarasá assumirem o papel de turistas durante a mistura mensal de música, comida, artesanato e exposições do Sexta no Centro, na Praça da Matriz. Os comentários da equipe liderada por Gorski eram de admiração pelo centro histórico de Jundiaí.

“Já estamos estudando com a Prefeitura uma futura iluminação especial para o monumento e trazendo sugestões como luminosos personalizados para os semáforos de pedestres do entorno. É uma pena que a Ponte Torta tenha ficado isolada pelo sistema viário construído ali, mas as soluções estão sendo pensadas dentro da realidade e esse belvedere poderá ser um ponto turístico”, afirmou Michel.



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