9/10/2013 - Jundiaí - SP
da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí
De cuidados com filhotes de beija-flor até felinos grandes como uma onça adulta, o trabalho da ONG Mata Ciliar, sediado em Jundiaí, é reconhecido no país inteiro como uma referência científica. E, de acordo com seu diretor, Jorge Belix de Campos, sobrevive das parcerias, das doações e até do trabalho voluntário, que garante o atendimento das emergências médicas dos animais.
“Temos ainda ações de cidadania como, por exemplo, a posição contra a autorização do Conselho Nacional de Meio Ambiente para a criação de animais silvestres como domésticos. Em parceria com o Projeto Mucky, o SOS Fauna e outros, dizemos que não é bom para eles e nem para os seres humanos trazerem para sua convivência novos riscos de doenças ou comportamento”, afirma.
A organização (que tem convênio com a Prefeitura de Jundiaí e é uma grande parceira da Guarda Municipal no atendimento aos animais feridos) também é um centro de pesquisas que alcançou resultados como a reprodução artificial de felinos silvestres.
“Foi em uma oficina, com o norte-americano Willian “Bill” Swanson, que me apaixonei pelo trabalho. Ganho um pouco menos do que no emprego anterior, mas estou me realizando pessoalmente”, explica a médica veterinária Bárbara Santos, há oito meses na função no departamento do Centro Brasileiro para a Conservação de Felinos (a entidade tem ainda o Centro de Recuperação de Animais Silvestres, na mesma área).
Ela explica que muitos filhotes órfãos chegam na Mata Ciliar e precisam de cuidados pelos três anos que passariam com as mães. Somente após esse período, é possível avaliar se conseguirão voltar para a vida silvestre ou serão mantidos para a pesquisa.
“Este veio com um tiro na cabeça, já adulto, da região de Ribeirão Preto. Aqueles dois bebês de onça pintada, a Bianca e o Bernardo, acabaram de chegar de Belém do Pará. Essa outra onça suçuarana é o Curió, que já tem 14 anos e começa a passar de adulto para idoso no tempo felino”, explica mostrando cada animal cuidado pelo nome e características.
Entre macacos, aves ou dezenas de outros animais, os felinos ocupam uma seção própria. Uma onça simpática no extremo, ela conta, é na verdade uma dependente de mamadeira que foi retirada do cativeiro em Roraima. Se não tiver um retorno aos instintos nos próximos anos, nunca poderá ser solta novamente na floresta.
O entusiasmo de Bárbara como profissional contamina dezenas de outros voluntários que passam periodicamente pela entidade. De Sorocaba, outras estudantes do mesmo ramo formam um grupo formado por Natália Todesco, Carol Lopes e Larissa Nunes que vem quinzenalmente passar o dia por ali.
Por incrível que pareça, é mais fácil cuidar da limpeza da área do leão Juma do que da gaiola de um pequeno beija-flor. O motivo é que os felinos são gatos, mais organizados do que um pássaro.
Pelo trabalho do Centro de Recuperação de Animais Silvestres (Cras), mais ligado com o cotidiano regional, a perspectiva é de que seja possível colaborar no mapeamento das áreas com maior ocorrência de danos aos animais silvestres.
Mas há muito para fazer e custear. A colaboração da comunidade, em forma de doações ou de voluntariado, pode ser aberta pelo telefone (11) 4815 5777 ou www.mataciliar.org.br
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