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26/9/2013 - Jundiaí - SP

No Bairro do Poste, uma lição de vida e solidariedade




da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

F. é um garoto franzino e observador. Apesar da aparente timidez, o menino de 12 anos estabeleceu uma comunicação expansiva com o cavalo Thor nos pouco mais de 12 meses em que pratica aulas de equitação no Centro Equestre EquoVita, no bairro do Poste. Sobre o animal, anda com a desenvoltura de quem já possui intimidade com a equitação clássica. F. faz parte de um grupo de 10 crianças da Casa de Nazaré de Jundiaí que têm a oportunidade de reescrever suas histórias, criar novos vínculos afetivos e emocionais, além de desenvolver novas relações por meio do convívio e do respeito adquiridos junto ao cavalo.

As quatro aulas mensais de F., que duram de 30 a 40 minutos, custam R$ 350. É aí que a coordenadora da EquoVita, Adriana Bueno Mazzagardi, 37 anos, arregaça as mangas e parte em busca de apoiadores, empresas ou pessoas interessadas em “adotar” uma criança nessas condições. No Centro existem 30 delas com algum tipo de bolsa, ou seja, um auxílio – parcial ou integral – para bancar as aulas.

I., de 11 anos, é amiga de F. Ela também mora na Casa de Nazaré. Confessa que prefere o cavalo Chambinho aos demais. A menina de cabelo trançado sorri meio sem jeito. “Fico sempre ansiosa no dia da aula”, admite, contando em seguida que já aprendeu a selar e a escovar o bicho. Alguns deles chegam a pesar mais de 400 quilos.

Além da meninada da Casa de Nazaré, são assistidas crianças da Apae de Itupeva e várias outras da comunidade. O lugar também é referência em equoterapia, um método terapêutico voltado a pessoas com alguma severidade física ou cognitiva.

“Não existe hoje uma máquina que consiga causar tanto estímulo neural quanto o cavalo. A equoterapia, por meio de um movimento chamado cinésio terapêutico, trabalha as partes motoras, cognitivas e emocionais do paciente. Eu vi crianças que não andavam e hoje já estão correndo”, aponta Adriana.

A sede da EquoVita funciona em um terreno alugado, uma área de 30 mil m² que vem passando por uma verdadeira reinvenção desde maio de 2011, quando a iniciativa foi levada para lá. “Até agora já investimos mais de R$ 200 mil nesse espaço, sem contar a mão de obra, que é toda minha”, conta o administrador Jairo Mazzagardi Júnior, voluntário da empreitada e marido de Adriana. O local foi todo terraplanado, ganhou áreas adequadas para as aulas e ainda possui um amplo lugar para a pastagem dos oito cavalos. “Dos 500 metros de cerca, eu já troquei 400, sozinho”, diz Júnior.

Outro reforço de peso vem por meio do trabalho da “braço direito” Luciana Azevedo Silvano, a veterinária que cuida dos animais desde o início do programa. “Em 2013, também passei a dar aulas de equitação por conta da demanda”, conta, dizendo que já tem cerca de 20 alunos. Apesar da agenda profissional apertada, Luciana arrumou tempo e marca presença no centro às quartas, sextas e sábados.



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