16/5/2014 - Jundiaí - SP
Diversas entidades do Vetor Oeste de Jundiaí promoveram nesta quinta-feira (15) a abertura da 1ª Semana de Discussão de Casos de Violência e Abuso Sexual em Crianças e Adolescentes. A iniciativa coincide com a data nacional dedicada ao tema, que neste domingo (18) também terá caminhada no Parque da Cidade a partir das 8h.
O evento foi organizado pela Rede Social Novo Horizonte e motivado pelo fato de que o bairro, assim como todo o Vetor Oeste, é uma área de crescimento urbano e concentra grande parte das crianças e adolescentes do município.
“Temos um grande número de notificações de suspeitas desse tipo de caso, que são obrigatórias na rede de saúde. Esse diálogo entre instituições proporcionou diversos caminhos para reforçar um trabalho preventivo”, afirma Ruth Rocha, gerente da unidade de saúde UBS Novo Horizonte.
No evento, realizado na sede do Cras (Centro de Referência de Assistência Social) do Novo Horizonte, estiveram representantes de outras unidades da Secretaria de Saúde – como o Ambulatório de Saúde da Mulher, com Ana Paula Oliveira Pereira, e Vigilância Epidemiológica, com Roberta Ribeiro.
Escolas A reunião teve ainda integrantes do próprio Cras, ligado à Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social, e de entidades como a Casa da Fonte e a Escola Estadual Almerinda Chaves, entre outras. Entre os dados discutidos surgiu, inclusive, a possibilidade de notificações diretas de suspeitas por meio das próprias escolas.
Na próxima terça-feira (20), na UBS Novo Horizonte, será a vez de uma discussão de equipe da unidade, que também participou com o enfermeiro Ricardo e o assistente social João, sobre melhoria de fluxos de trabalho nesse tema, lembrando que é um processo da saúde e diferente de registros policiais.
Alerta De acordo com boletim epidemiológico da Secretaria de Saúde do mês de maio, apresentado no evento, as notificações de violência sexual contra crianças e adolescentes em Jundiaí passou de 72 em 2011 para 85 em 2012, chegando a 104 em 2013, com um aumento percentual em dois anos de 45%.
Dos casos notificados, 74% são meninas e 26% são meninos, mostrando maior vulnerabilidade de gênero como registrado na literatura mundial. A faixa etária predominante nas notificações para o sexo feminino é de 10 a 14 anos (41% do grupo) e para o sexo masculino é de 5 a 9 anos (54% do grupo). A maior parte dos casos (62%) ocorre na residência da criança ou do agressor, indicando risco mesmo entre familiares ou conhecidos.
Na maior parte das vezes, a descoberta ocorre quando a violência já aconteceu mais de uma vez, ou seja, se tornou crônica e com sequelas emocionais enraizadas.
Em casos de violência sexual, a criança ou adolescente deve ser encaminhado para o Hospital Universitário para atenção médica, iniciar a medicação de prevenção de DST/AIDS e coleta de material genético para o Instituto Médico Legal (IML) em até 72 horas após o ocorrido. Revelar um caso e notificar aos órgãos competentes (Conselho Tutelar, Delegacias e Serviços de Saúde) pode interromper uma situação de violência, dando oportunidade e apoio para que a vitima possa recomeçar.
José Arnaldo de Oliveira
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