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14/5/2015 - Jundiaí - SP

Seminário desta quarta discute luta antimanicomial e políticas antidrogas




da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Com palestras de representantes das Nações Unidas e da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, o seminário “Da Coerção à Coesão: por uma política sobre drogas públicas e não segregativa” abriu a programação do Mês da Luta Antimanicomial de Jundiaí, nesta quarta-feira (13), no auditório da Faculdade de Medicina de Jundiaí.

O secretário de Saúde, Luís Carlos Casarin, destacou que a atual gestão está implementando novos modos e olhares em todas as dimensões da rede de atenção à saúde em Jundiaí. “A gente vem fortalecendo o SUS por intermédio da atenção básica e de todas as áreas”, disse.

Especificamente na saúde mental, disse o secretário, a Secretaria está conseguindo reduzir os pedidos de internação compulsória. “É uma diretriz dessa gestão, e contamos com apoio da rede e do prefeito Pedro Bigardi. Temos de defender e cuidar do paciente em liberdade”, frisou. “Quem defende o cuidado dentro de um hospital psiquiátrico nunca deve ter entrado em um. Enquanto estivermos aqui, vamos defender o cuidado em liberdade e os direitos humanos.”

O presidente do Conselho Municipal Antidrogas de Jundiaí (Comad), Edivaldo Fernandes da Silva, parabenizou a Secretaria de Saúde pela realização do evento e destacou que o Brasil está mudando o conceito sobre as políticas antidrogas. “Fico feliz que Jundiaí esteja seguindo essas novas diretrizes. O Comad vem se unir à essa luta”, disse.

Para a diretora de Atenção Básica, Luciana Surjus, o debate sobre a luta antimanicomial é duro e polêmico e precisa ser discutido de forma intersetorial. “Esse evento marca o compromisso dessa gestão em cuidar das pessoas.”

Participaram ainda da mesa de abertura o vice-diretor da FMJ, Edmir Américo Lourenço, o diretor-presidente da Escola de Governo e Gestão, Marcelo Lo Mônaco, a professora de psiquiatria da FMJ, Paula Vilela Nunes, e Joana Lima, representando os usuários do Caps.

alestras
Durante a manhã, o tema do seminário foi “Mudança de Paradigma: da abstinência à redução de danos”. Participaram do debate Nara Santos, doEscritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crimes (UNODC), e Leon Garcia, diretor de Articulação e Coordenação de Políticas da Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad). A mediação foi Flávia Rangel, do Caps AD de Jundiaí.

“É importante que essas discussões ocorram nesse momento, que a gente fale sobre políticas de drogas, que a gente faça uma reflexão sobre políticas de drogas, pois no âmbito internacional também estamos rediscutindo a política de drogas”, destacou Nara Santos.

Ela ressaltou que no ano que vem será realizada a UNGASS 2016 (Sessão Especial da Assembleia Geral das Nações Unidas sobre o Problema Mundial das Drogas). “Essas discussões locais vão contribuir muito, porque subsidiam os Estados Membros das Nações Unidas no debate.”

O representante da Senad relembrou o processo de reforma psiquiátrica no Brasil, que partiu da sociedade civil organizada e se tornou lei, estabelecendo novas diretrizes para a saúde mental. E comparou com o que está ocorrendo atualmente, com a discussão de políticas antidrogas.

“O processo da reforma da saúde mental é complexo. E uma das complexidades é o fato que a atenção às pessoas que têm problemas com drogas não foi o foco do processo de mudança da atenção à saúde mental no País, iniciado na década de 1980”, lembrou. “Apenas a partir de 2000 começou-se a dar mais importância à política de saúde a pessoas com problemas com drogas e começa a surgir proposta nesse sentido. Mas o momento e o cenário social são muito diferentes e distintos”, disse Leon Garcia.

No período da tarde, o tema debatido foi “A construção de uma política sobre drogas pública e não segregativa”. Participaram da mesa o diretor de Relações Institucionais da Plataforma Brasileira de Políticas sobre Drogas, Aldo Zaiden, e Graziella Barreira, do Ministério da Saúde. A coordenadora da Saúde Mental de Jundiaí, Ana Thomé, mediu o debate.

Mais eventos
A programação do Mês da Luta Antimanicomial de Jundiaí prossegue na terça (19), às 15h, com a exposição “Do Casulo ao Voo Livre”, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes. Às 16h, haverá a apresentação do filme “Si puo fare?” e, após a exibição, será realizado um debate com Stellamaris Pinheiro.

Na quarta (20) e na quinta (21), ocorre o 1º Encontro Regional de Caps IJ do Estado de São Paulo “É nóis no SUS: Ciranda de Direitos na RAPS pra molecada”, que será realizado na Faculdade de Medicina de Jundiaí.

Estão programados ainda o 2º Fórum de Saúde Mental de Jundiaí, na quinta (28), na Faculdade de Medicina de Jundiaí, e o Seminário Saúde Mental e Racismo, na sexta (29), no Clube 28 de Setembro.

Para encerrar o evento, na sexta (29), às 14h, está programada uma caminhada e atividades culturais em defesa da luta antimanicomial, na Praça Governador Pedro de Toledo, a Praça da Matriz, no Centro.



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