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13/11/2013 - Jundiaí - SP

Virada Negra: Missa afro reúne dança, música e fé




da assessoria de imprensa da Prefeitura de Jundiaí

Acostumada com os palcos, público e principalmente com a música, a bailarina Carla Ismael, 30 anos, terá um novo desafio na trajetória. Ela vai interpretar o papel de Maria, na missa afro que será realizada no próximo dia 19 (terça-feira), como parte da programação da Virada Negra. O evento foi idealizado pela Coordenadoria de Políticas Públicas de Promoção e Igualdade Racial (Ceppir) para comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra, festejado dia 20.

“É uma grande honra para mim, que sou bailarina e negra, receber essa missão”, afirma Carla, ao dizer que já fez o mesmo papel há 3 anos em uma missa realizada na região. “O amor pela dança é tão grande que sempre parece ser a primeira vez que faço tal representação. O frio na barriga sempre vem”, revela.

Segundo o professor de Filosofia e um dos organizadores da celebração, Jorge Alves de Oliveira, a missa afro é baseada em um CD gravado por Milton Nascimento. O texto é de Pedro Casaldáliga e Pedro Tierra, feito em 1988 – ano que se comemorou o Centenário da Abolição da Escravatura.

“A missa segue a liturgia da Igreja Católica, mas recebe alguns símbolos que marcam a cultura africana e afro-brasileira como o som do atabaque, pessoas com roupas brancas e coloridas, muitas flores e frutas”, explica Jorge. “Também queremos levar as leis para mostrar a conquista da raça”, destaca.

Jorge diz que ao menos 60 pessoas devem participar de toda a organização e encenação durante a missa afro, que acontecerá na Catedral Nossa Senhora do Desterro, no Centro, a partir das 19h30.

Justiça
Para Carla, o negro vive a raça os 365 dias do ano. “Mas acho justo ter uma data para comemorar e agradecer a todas as pessoas que lutaram pela gente”, diz a bailarina ao citar como exemplo os próprios pais. “Eu cresci dentro do Clube 28 graças aos meus pais e aprendi com eles a ter amor pela minha raça”.

Além da encenação, uma banda montada por vários profissionais da cidade vai tocar as músicas que fazem parte do CD do Milton Nascimento. De acordo com Juliano Oliveira, um dos vocalistas, as canções têm mais musicalidade. “Muita percussão e gingado”, explica. Ele diz que se sente feliz em participar dessa missa que tem o principal objetivo de promover a integração. O Coral Azul e Branco, do Clube Jundiaiense, fará uma participação especial na celebração.

No fim da missa afro, as escolas de samba de Jundiaí farão um cortejo pelas principais ruas e avenidas do Centro até o Clube 28 de Setembro, que vai virar a noite com uma série de atrações, dentre eles DJs e abertura do programa “Ciclo de Cinema Negro” e da Semana da Consciência Negra de 19 a 22 de novembro nas dependências do clube.



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